Taxas do Tesouro Direto disparam após surpresa com payroll e aposta em alta da Selic

Dados fortes do mercado de trabalho dos EUA elevam rendimentos e reduzem expectativas por corte de juros pelo Fed; prefixados rompem 14% e IPCA+ volta a pagar mais de 7% ao ano de juro real em todos os vencimentos.

Paulo Barros

06/06/2025 14h17

As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto voltaram a subir com força nesta sexta-feira (6), refletindo a aposta maior do mercado de que o ciclo de alta da Selic não terminou, e o impacto do relatório de emprego dos Estados Unidos, que pressionou os juros futuros e os rendimentos dos Treasuries.

Às 11h59, os papéis prefixados ofereciam retorno anual acima de 14%. O Tesouro Prefixado 2028 pagava 13,86% ao ano, enquanto o Tesouro Prefixado 2032 oferecia 14,06%. Já o Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035 registrava rentabilidade de 14,14%.

Entre os títulos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2029 pagava IPCA + 7,61% ao ano, e o Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2035 oferecia IPCA + 7,28%. Os papéis com vencimentos mais longos também apresentavam prêmios elevados, com o Tesouro IPCA+ 2050 marcando IPCA + 7,00%.

A alta das taxas acompanha o movimento de valorização do dólar e dos juros futuros no Brasil, em linha com o avanço dos rendimentos dos títulos do governo dos EUA. A divulgação do payroll de maio mostrou criação de 139 mil vagas, acima da expectativa mediana de 130 mil, além de crescimento salarial superior ao projetado e manutenção da taxa de desemprego.

O resultado reduziu as apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve antes de setembro, o que elevou os retornos dos Treasuries e influenciou o mercado local. “Uma mensagem clara do relatório de empregos dos EUA de hoje é que, quaisquer que fossem as expectativas médias para os cortes de juros do Fed, elas agora devem ser um pouco menores e um pouco mais tardias”, escreveu o economista e presidente do Queens’ College, Cambridge Mohamed El-Erian em seu perfil no X.

No cenário doméstico, o foco segue nas expectativas para a próxima reunião do Copom. Segundo Guilherme Silva, economista da Ativa Investimentos, o mercado passou a embutir chance de nova alta da Selic após declarações recentes do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Nesta sexta-feira (6), o mercado passou a precificar uma probabilidade de 62% de alta de 0,25 ponto percentual da Selic na próxima reunião, em 18 de junho, contra 33% de manutenção, segundo projeções embutidas na Opção de Copom, negociada na B3. Na véspera, o derivativo apontava para 53,5% de expectativa de que o BC não mexesse nos juros.

Mesmo assim, Silva avalia que o BC deve manter os juros estáveis para observar os efeitos da política contracionista.

Fonte: InfoMoney25

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